Há mais ou menos um ano atrás eu me deparei com um vídeo que mostrava um jogo extremamente similar a Diablo 2 (o estilo apenas, claro). Descobri que se tratava de um game ainda em desenvolvimento por uma produtora chamada Grinding Gear Games da Nova Zelândia. Como fã de D2, comecei a acompanhar todos os vídeos narrados pelos próprios criadores. Assim que o primeiro Open Beta Weekend surgiu, me inscrevi e comecei a fuçar todos os aspectos do jogo. Para um jogo gratuito, é simplesmente sensacional.
Path of Exile é um RPG que se passa no mundo desolador e obscuro de Wraeclast. Em exilo da sua terra natal, os jogadores se encontram nas margens deste continente aonde vão encarar os males bizarros juntos ou solo com a opção de seis classes (Marauder, Ranger, Duelist, Templar, Shadow e Witch.). Cada classe conta com um visual muito bem elaborado e um estilo de luta que, ao mesmo tempo em que é bem particular de cada personagem, pode ser desenvolvida para qualquer estilo através da complicada, intrínseca e quase interminável “árvore” de habilidades. Por exemplo: o Shadow começa atribuindo suas habilidades certas como velocidade e destreza e depois pode começar a explorar o território de um bárbaro ou de uma bruxa, fica ao seu critério. É uma maneira única e muito gratificante de customizar seu personagem, balanceando muito bem a progressão do exilado com o nível de cada quest do jogo. Verdadeiramente inovador.
Para os que já acompanham (e jogam) Path of Exile, o rótulo de RPG-ação sempre surge nos fóruns e é recebido com várias pedradas, mas a origem do game é bem tradicional e também misturada com a liberdade dos seus contemporâneos, transformando o jogo em algo genuinamente especial. A clássica perspectiva isométrica transforma a jogabilidade em algo simples e ágil, um aspecto necessário nas batalhas mais populosas. O combate, claro, é uma enorme porção do jogo e a Grinding Gear Games fez um trabalho que beira a perfeição. Os criadores passaram inúmeras horas criando uma fusão bizarra e opressora entre fantasia e realismo, preenchendo os combates com sangue e tripas. O mesmo pode ser dito sobre os efeitos sonoros, perfeitamente executados.
O cenário é essencial para um RPG de sucesso e PoE acertou: os produtores criaram um universo onde o clima de abandono, desprezo, tristeza, ódio e desolação reinam. De calabouços arcaicos a praias repletas de navios abandonados e assombrados. Tudo isso solidificando a atmosfera pesada do jogo. Gráficos impecáveis.
Como de costume em RPGs, PoE é melhor ainda quando se joga em grupo. A dificuldade do jogo começa a crescer logo nos primeiros estágios de desenvolvimento do seu personagem. Sendo assim, quanto mais alianças forem formadas melhor suas chances de avançar no jogo e nas habilidades do seu personagem, o bom e velho “power leveling”.
Para um game que ainda encontra-se em sua versão beta, Path of Exile promete muito mais do que Diablo III. É uma alternativa mais cativante (e criativa) que os mais recentes RPGs do gênero sem desmerecer suas óbvias influências. Como um dos produtores mesmo disse: “Ainda estamos nos preocupando com os próximos 10 anos de desenvolvimento de PoE”. 10 anos! Em um ano de desenvolvimento beta, o jogo já é quase perfeito.
O game será oficialmente lançado e gratuito a partir do ano que vem. De qualquer forma, por míseros 10 dólares já é possível acesso imediato à beta key (isso quando vc não é sorteado com uma key, que ocorre diariamente). Path of Exile será um sucesso absurdo. Vale muito a pena fazer parte do universo sensacional de Wraeclast.
Fonte: Pipoca e Nanquim